O movimento propaganda sem bebida propõe a idéia do fim de qualquer anúncio e apoio a eventos esportivos ou culturais feitos por marcas de bebidas, semelhante o que ocorreu com o cigarro. Enquanto a total proibição não é realidade, eles trabalham para agilizar a aprovação da lei que regulamenta os horários e locais de veiculação, com o argumento maior da defesa de crianças e jovens contra o consumo precoce e abusivo. O movimento já soma mais de 700 mil assinaturas em seu abaixo-assinado e responsabiliza o consumo de bebidas à maior parte de mortes violentas como homicídios, acidentes de carros e desagregação de famílias.
Mais uma vez culpam a publicidade. E como num passe de mágica, com a proibição da propaganda, a sociedade brasileira será feliz e muitos males sociais serão resolvidos. A propaganda para cigarros foi proibida, o consumo diminuiu entre jovens e adolescentes diminuiu, mas ainda continua alto. O governo e a sociedade acreditam que o cigarro é um mal, mas não impedem o seu real consumo, os preços ainda são baratos e acessíveis, diferente da Europa onde o produto é taxado com altos impostos. Aqui, cigarro você acha em qualquer esquina, não só em bares, mas também em bancas de revistas e supermercados, e não há fiscalização e nem punição para quem vende para crianças e adolescentes.
Querem resolver os problemas sociais na moleza, tornando a propaganda um inimigo público, responsabilizando por problemas sociais complexos, que precisam ser encarados com seriedade e não por oportunistas que procuram visibilidade e acadêmicos (?) de instituições arcaicas, estes últimos, não despertaram para as mudanças na sociedade e ainda teimam em demonizar a propaganda e afirmar que o consumidor é burro e inconseqüente. Hoje com o fácil acesso à informação e rapidez com que ela pecorre o mundo, teorias da comunicação do início do século não se aplicam mais.
Concordo que as crianças e adolescentes devem ser poupados da publicidade de bebidas, para isso já existe o CONAR que é muito rígido, quase uma beata. Já restringiu assossiar a cerveja às mulheres semi-nuas e mascotes com traços de desenhos infantis, e inúmeras outras. O setor publicitário é capaz de se auto-regulamentar e é consciente que o seu serviço é para a sociedade e é ela é implacável quando não aceita.
Esse tipo de proibição causa temor, pois, enquanto leis são (mal)feitas para tirar a liberdade de parte da sociedade, os problemas permanecem sem ser resolvidos. Proibir a propaganda é fácil, difícil é propor a real solução.